
domingo, 30 de maio de 2010
ENTRE OUTRAS COISINHAS
Cafeína
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Cafeína
Ônibus
Buzina
Esquina
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Chuveiro
Travesseiro
Sonho
JULENI ANDRADE
domingo, 9 de maio de 2010
PELO AMOR DAQUELA MULHER
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Nascer?
É! Nascer, sair para o mundo,
desabrochar do interior
daquela mulher.
*
Ela enfrenta
náuseas, peso, alguns desconfortos...
A gente nadando,
crescendo, maturando.
*
Ela, em festa...
dolorida, mas em festa,
recebe com muito carinho.
*
Cuida desde semente,
rega com ternura,
prepara o ninho,
aguarda ansiosa...
*
Toda prosa, mostra a cria
(esquece até as estrias),
amamenta,
cobre de elogios
mesmo depois de uma noite
em alerta.
*
Crescer?
É! Crescemos, ganhamos o mundo,
desfolhamos histórias,
fazemos escolhas,
voamos...
*
Ela enfrenta a síndrome
do ninho vazio, a falta do anjinho
que de suas entranhas
brotou.
*
Agradecer?
É! Agradecer é necessário,
pela vida, pelo amor
daquela mulher.
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JULENI ANDRADE
segunda-feira, 3 de maio de 2010
TORTURANTE
Retorcida à noite inteira,
sem tocar de sinos...
Goteira molha a cabeceira,
vozes frias esquentam a esquina.
Na rua de cima gritos ardem,
janela fechada,
fachada crua.
Chuva esconde loucuras...
Ao travesseiro, lágrimas entornadas.
No muro, o limo esconde o azul.
A lua finge ser brejeira.
Há crateras também na rua.
Nua, a lua, insensível cala-se.
Nenhuma fala quebra o gelo,
nenhum apelo com palavras.
O quarto treme de medo,
o escuro esconde a tortura.
Amanhecer é preciso...
para espantar os grilos
que moram naquela cabeça.
JULENI ANDRADE
ILUSTRADO SENHOR
Na solidez do discurso
diretíssimo,
imponente postura célebre,
construiu imagem dura
que perdura por tempos e tempos.
Mesmo sendo abrangente a estrada,
é sempre o mesmo caminhante.
Não muda seus costumes
por nada.
Tem espírito erudito,
fala bem entalhada.
Só falta,
em seu existir,
uma estátua na praça
JULENI ANDRADE
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