quinta-feira, 23 de setembro de 2010

APARTADA






Longe de tudo, de todos,


de mim...






Reino, absoluta,


presa à vida recriada na cela.






Ensaio um cântico de louvor


ao silêncio que espanta


qualquer lei.






Sei que sou apenas eu:


um rascunho do que serei.










JULENI ANDRADE

sábado, 18 de setembro de 2010

ILUSÕES






Voavam por um azul belíssimo...



Eram dias amáveis,

bordados ,

cantados.



Sorrisos acariciavam o tempo

firme.



Repentinamente...



Foram assaltados

pela realidade.





JULENI ANDRADE

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

FALTAM-ME VERSOS

“Triste é não ter um verso maior que os literários,


é não compor um verso novo, desorbitado,

para envolver tua efígie lunar, ó quiméra

que sobes do chão batido e da relva pobre.”





(Carlos Drummond de Andrade: CONTEMPLAÇÃO NO BANCO, em Claro Enigma)







FALTAM-ME VERSOS



Claro,

como o sol que invade a face

ou uma delas...



Belas imagens

contidas nas velas ao vento

do tempo quase lento,

quase ligeiro,

passageiro.



Porém sobram coisas,

faltam-me versos...



para que eu

fale do seu

Claro Enigma.





JULENI ANDRADE