quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

SERÁ HOJE A MINHA MORTE





Hoje é o último dia desta minha vida!


Morro sóbria e acordada...

após matar meu o último dragão feroz.



Comi as vísceras de um anjo...

Ele insistia em guardar minhas costas

do mal que assolava minha paciência.



Bebi a derradeira gota de veneno...

matando a naja enfurecida que atacava-me.

Ela foi enterrada aos pés do verde monte ilusório.



Senti, mais uma vez, o minuano...

Não sentirei mais, não ouvirei seu uivo.

A frente fria não mais atingirá meu corpo quente.



Depois da meia noite, de hoje, estarei enterrando-me,

junto com todos os absurdos desta vidinha...

Não haverá nenhuma flor, nenhuma vela.



Na próxima aurora será um novo resplandecer...

Como um pássaro livre e sem predador,

irei nascer com um novo semblante.



Meu primeiro choro será ouvido e reconhecido...

por quem souber compreender minha estranheza.

Não nascerei do barro e, sim do berro!



Adeus às velhas brumas dos olhares chuvosos...

Meu novo existir será mais intenso, mais extenso.

Não usarei estas vestes envelhecidas e conformadas.



JULENI ANDRADE


domingo, 27 de dezembro de 2009

Pelo amor de Deus



Nasceria em Belém de Judá,

de uma virgem,

por intermédio divino...



O espírito de Deus

posaria sobre o Messias...

Anunciado pelo mensageiro angelical.

E, por outro, no deserto...



Faria de cegos, surdos, coxos:

curados em nome do pai...

Ensinaria por parábolas,

seria rei em um jumento,

seria rejeitado, traído, vendido,

ferido, abandonado...



Tudo pelos pecados humanos...

Morreria,

ressucutaria,

subiria aos céus...

sentaria à direita do pai.



Difundida, a saga virou verdade

na boca da cristandade.

Por tudo isso, outras verdades

foram surgindo...

com lágrimas e sangue,

nos ungindo.



Yeshua, atravessou milênios,

trazido por mãos impuras...

tornou-se parceiro

de reis,

de filósofos,

de pastores,

de fiéis,

do bem e do mal,

do mercado internacional.

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JULENI ANDRADE




segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

E tal








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Hoje, logo no primeiro instante da manhã,

revi meus pesadelos...

Ontem já é tarde.

Chorar lágrimas de outrora

não faz bem agora.

Amanhã é cedo demais.

O depois vou deixar para depois.

Nunca, então... é muito tempo.

Jamais é muito grande.

Não dá para medir o sempre...

Enfim...

coisas, dantes não sabidas,

estão no meu antigamente.

Ainda, o antes tortura...

Doravante, tenho que preocupar

com o momento.

Já...

que, somos feitos de eticéteras e tal.





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JULENI ANDRADE

sábado, 12 de dezembro de 2009

Blog em construção!

PALAVREANDO

Espremo palavras grandes em frascos de decisões...
Como as palavras pequenas antes de embebedar-me nas ilusões.
Com pronúncias suaves,rego minhas vontades... palavras variadas.
Durante meu passeio pelas horas ociosas,
cuspo as palavras feias
nas areias do deserto aqui de perto
_terreno impróprio às sementes que tenho_.
Algumas palavras são raras...
colocadas em altares enfeitados de palavras coloridas...
Muitas palavras ditas deveriam ser esquecidas,
poucas palavras são as que ficarão
dentro da memória rala...
Despejo palavras frias aos ouvidos indiferentes...
Não são tolas palavras a converter!
Mando um sol pra aquecer a língua,
aquela das palavras inocentes.
Descubro enigmas em meias palavras
e, saio pela tangente...
quando na palavra impera a flecha que há de me ferir.
Ao pé do ouvido querido
sopro palavras quentes... sorrindo contente.


JULENI ANDRADE